quarta-feira, 15 de junho de 2011

Conclusão


A cooperação, tanto diplomática como militar, entre países do Atlântico Sul, tem se mostrado decorrente, muitas vezes, da combinação de interesses e precauções tomadas pelos países.  Com isso, a ZOPACAS representa um movimento de fortalecimento da região do Atlântico Sul e defesa contra intervenções de outros países. Embora não muito amparada por instrumentos jurídicos institucionais, a Zona de Paz e Cooperação tem organizado os esforços de proteção da área.¹
       Relembrando as estratégias de defesa e segurança, pudemos observar que para garantir a soberania dos países do Atlântico Sul em face de potências extra-regionais, a utilização da atuação militar não deve ser reduzida, mas seu foco volta-se aos fins pacíficos para defender a região. Sendo assim, a ZOPACAS também se tornou um meio para legitimar as pesquisas científico-militares desses países para a modernização de seus aparatos de defesa. Essa legitimação pela comunidade internacional proporcionou também o desenvolvimento e a utilização da energia nuclear, principalmente pelo fato de pertencerem ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
            Com relação aos países da América do Sul, mais especificamente Brasil e Argentina, temos que um fator muito influente é a presença do petróleo, observado com mais destaque no Brasil principalmente através das descobertas de reservas do pré-sal e na Argentina, a existência de, além do petróleo, o gás natural. Historicamente, a existência desse combustível em território argentino, foi um dos responsáveis pela questão das Malvinas, disputada com a Inglaterra. Essa disputa pela região foi intensificada após a descoberta de reservas petrolíferas e, principalmente, após a crise do petróleo em 1973.²
        As possibilidades de defesa da região, a qual sofrera ataques da Inglaterra, foi ineficaz. O surgimento da ZOPACAS representa, portanto a ação que mais possui possibilidades de gerar futuramente resultados efetivos de cooperação e organização da região do Atlântico Sul, garantindo a paz na área. Além disso, uma conseqüência muito significativa desse ato foi o estreitamento das relações entre Argentina e Brasil, como a colaboração militar que pode ser verificada em diversos casos em nome da proteção e integração e que se refletem na própria colaboração diplomática.²
Um exemplo de como a criação desta Zona no Atlântico Sul incentivou mais a busca pela defesa de seus territórios pode ser vista ainda no caso das Malvinas, no qual a soberania argentina foi defendida pelo governo brasileiro através do ex-presidente Lula, em 2010, através de um apelo à Organização das Nações Unidas para que a questão fosse solucionada, alegando que não existem motivos para questionar o direito argentino pela posse das ilhas.³
Analisando os países da África, neste caso, África do Sul e Angola, temos que as relações vêm se solidificando ao longo do tempo. Estes dois países mantiveram-se afastados desde a época do Apartheid, devido a acontecimentos que feriram a soberania angolana. Isso foi evidenciado pela invasão intencionada pela África do Sul na tentativa de impedir a “contaminação” de seu país através de Angola.4
Entretanto, ultimamente, os laços de cooperação nessa região têm se estreitados. Além de pertencerem a ZOPACAS, também estabelecem entre si, acordos bilaterais nas áreas de defesa, saúde, educação, petróleo, minérios e pesquisas marinhas, constituindo uma “cooperação diversificada”.5 Com relação à segurança, têm sido realizadas inspeções militares e aperfeiçoamento dos sistemas de defesa.
Finalizando, a ZOPACAS ainda entende que a cooperação entre os países também deve se focar em diminuir a discrepância econômica e tecnológica entre os países membros para que seu intuito se concretize.6

Referências


¹CEPEN – Centro de Estudos de Políticas e Estratégias Nacionais. A Importância
do Atlântico Sul. Disponível em: <http://geopolitica-energia.blogspot.com/2009/12/
importancia-do-atlantico-sul.html> - Acesso em: 12 abr. 2011

²OLIVEIRA, Lucas K. Geopolítica do Petróleo no Atlântico Sul: Petróleo nas ilhas Malvinas amplia disputa entre Inglaterra e Argentina e sua importância para a segurança e defesa regional no Atlântico Sul. Disponível em : <http://geopoliticadopetroleo.wordpress.com/category/guerras-por-petroleo/page/2/>. Acesso em: 15 jun. 2011.

³PRESIDENTE Lula declara apoio à Argentina no caso das Ilhas Malvinas. Disponível em: <http://geopoliticadopetroleo.wordpress.com/category/guerras-por-petroleo/page/2/>. Acesso em: 15 jun. 2011.

4GAMA, José. As Relações entre Angola e África do Sul. Disponível em: <http://migre.me/545ZL>. Acesso em: 15 jun. 2011.

5VILOLA, Santos. África do Sul propõe a Angola uma cooperação diversificada. Disponível em: <http://jornaldeangola.sapo.ao/20/0/africa_do_sul_propoe_a_angola_uma_cooperacao_diversificada>. Acesso em: 15 jun. 2011.

6ANGOLA quer reativar Atlântico Sul. Disponível em: <http://www.nexus.ao/view.cfm?m_id=22402&cat_02=VOA>. Acesso em: 15 jun. 2011.

Subtema: "Analisar a integração e cooperação entre Brasil, Argentina, Angola e África do Sul do ponto de vista estratégico e diplomático."
Integrantes: Giovanna Ayres Arantes de Paiva/Isabela de Oliveira Kaluf/Luciana Winther Pagani/Mayara Sousa Teoro.

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