quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Ouro Secreto do Republic

Os fortes rumores que passaram a correr pelo porto de Nova York garantiam haver muito mais riqueza nos compartimentos do que podiam imaginar os passageiros do luxuoso transatlântico R.M.S. Republic, quando o navio, pertencente à companhia inglesa White Star Line, levantou âncora na tarde de 22 de janeiro de 1909 em direção ao Mediterrâneo.Porém, não teve tempo de dar mais de uma noite de tranqüilidade a seus passageiros, pois uma terrível surpresa aconteceu logo no segundo dia de viagem.
Ilustração de Daniel Muñoz
A apenas 200 quilômetros de Nova York, o Republic encontrou uma densa neblina e um navio de bandeira italiana, batizado de Florida, que também se encontrava perdido naquele inferno branco atingiu o Republic a bombordo, destruindo imediatamente cabines e também a sala de máquinas do transatlântico inglês. Arrastou assim uma das portas de ferro maciço cuja função era impedir que a água entrasse no compartimento e alagasse os motores caso o casco fosse rompido. Com a porta arrancada, a água do mar invadiu rapidamente a casa de máquinas e para evitar uma possível explosão, as caldeiras foram desligadas.
O navio, considerado inafundável em qualquer tipo de colisão, via-se em riscos reais de naufrágio. Iniciou-se imediatamente a transferência para o Florida, em melhores condições. Os passageiros não tiveram permissão para voltar às cabines e buscar alguns pertences. Por fim, todos chegaram ao Florida e finalmente, 12 horas após o acidente, cerca de 1.600 pessoas começaram a ser transferidas para o Baltic, deslocadas com os botes superlotados.
As tentativas de reboque foram em vão e às 8:30 da noite, o Republic afundou. O telégrafo foi usado pela primeira vez para pedidos de socorro e seu operador foi convidado a trabalhar no Titanic, também da frota da White Star Line, mas recusou o convite. Por coincidência, o Titanic, o navio que "nem Deus poderia afundar", encontraria seu trágico fim três anos após o naufrágio do Republic, mas sem o mesmo sucesso em saldos de vidas.
Hoje, o Republic encontra-se no fundo do Oceano Atlântico, a cerca de 80 metros de profundidade. Porém, não repousa tranqüilo, pois levou consigo um mistério. Provavelmente nos bagageiros do navio, no fundo daquelas águas escuras e gélidas existem toneladas de ouro inimaginável até para as mais ricas famílias que passaram por seus salões e pelos cálculos, o montante atingiria a marca de mais de um bilhão de dólares! Essa fortuna não estava na lista de nenhum dos passageiros, muito menos nas encomendas que seguiam dos EUA para a Europa. Poderia ter sido transferida durante a operação de salvamento, hipótese pouco provável devido à dificuldade da tarefa. Os rumores sobre o ouro fantasma começaram a circular por entre os exploradores e aventureiros nem bem o corpo do navio esfriou.
Alguns afirmam que o dinheiro teria sido recolhido pela Cruz Vermelha americana para ajudar na reconstrução das terras italianas, devastadas pelo terremoto de dezembro de 1908. Outros acreditam que seria usado para o pagamento da tripulação de outras embarcações da companhia White Star Line e também para o reabastecimento desses navios. As especulações atravessaram o século. Existiria realmente esse ouro? E se o mito for verdade, de quem era? Continuaria ele no Republic? Para onde iria? Por isso surgiu uma terceira teoria, baseada em estudos da economia da época, que colocaria o Republic em ponto de grande importância para a História contemporânea. Diz a teoria que as moedas seriam parte de um empréstimo do governo francês à Rússia czarista. O tesouro teria sido mantido em segredo devido a comprometimentos políticos que colocariam em risco as alianças firmadas antes da Primeira Guerra Mundial.
Seja como for, as tentativas de resgate ainda não conseguiram tirar de seu sepulcro submarino mais do que pratos de porcelana, vinhos e talheres. Seus mais profundos segredos permanecem inalcançáveis ao homem, protegidos por entulhos e rodeado de tubarões, em uma região que possui uma das piores condições de tempo de todo o Atlântico Norte.

Referências:

ANGOTTI, Ana Renata. O Ouro Secreto do Republic. Revista Nautica, ed 141. História do Mar. Disponível em: http://www.rms-republic.com/in_the_news/nautica.html. Acesso em: 2 jun 2011.

MUÑOZ, Daniel. Ilustração. Disponível em: http://www.rms-republic.com/in_the_news/nautica.html. Acesso em: 2 jun 2011.

Subtema do Grupo: “Tsunamis e suas conseqüências para as RI”
Integrantes: Camila Carica / Livia Milani / Mayara Mori / Thassia Bollis

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