quarta-feira, 1 de junho de 2011

Uma questão política


Uma obra de tão grande porte e de extrema relevância como o Canal do Panamá obviamente resultaria em diversos episódios tempestuosos. Não é difícil chegar a esta conclusão se analisarmos rapidamente parte de sua história política.
A princípio, a idéia de se desenvolver um canal ligando oceanos Atlântico e Pacífico na América Central surgira na Société de Géographie (localizada em Paris), em 1876. Esta financiou explorações na região a fim de definir a melhor localização para desenvolver o projeto. Uma vez definida a localização (praticamente paralela a Estrada de Ferro do Panamá), a Société Civile Internationale du Canal Interocéanique de Darien, companhia pertencente ao comitê da Société de Géographie, negociou com o governo colombiano, detentor do território panamenho. Fora feito um tratado que garantiu o direito exclusivo a Société Civile de construir o canal. Ainda sob a direção francesa, a construção passaria por diversas mudanças de companhias em sua administração. A última seria a Companhia Nouvelle que, afetada pelos descumprimentos da firma anterior e sem suporte suficiente do governo da França, se viu obrigada a abandonar o projeto e vendê-lo.
O projeto seria adquirido pelos Estados Unidos, que passou a negociar com a Colômbia a continuação da construção na província do Panamá. A proposta foi rejeitada pelo governo colombiano, o que enfureceu o presidente estadunidense T. Roosevelt, não mais disposto a fazer negociações. Como alternativa, o governo dos EUA apoiou o movimento separatista panamenho, que culminaria na sua independência em 3 de Novembro de 1903. As negociações então passaram a ser feitas com o novo governo e garantiram aos norte-americanos o domínio sobre o canal e sobre certas extensões de sua área.
Décadas depois, após a Segunda Guerra, o controle do canal começou a ser disputado tendo em vista a crescente tensão entre EUA e Panamá. Os panamenhos em protesto alegavam que o canal era por direito de sua nação e decidiram entrar em confronto com forças militares norte-americanas, resultando no Martyr’s Day (9 de Janeiro de 1964), quando 20 panamenhos e três soldados etadunidenses foram mortos. Tendo em vista essa situação, iniciaram-se negociações sobre um novo acordo em 1974, e, em 1977, este foi assinado pelo presidente Jimmy Carter (EUA) e pelo presidente Omar Torrijos (Panamá) garantindo o processo de transferência do controle do Canal do Panamá para o governo panamenho. Apenas em 31 de Dezembro de 1999 esse controle se tornou pleno e efetivo.

Referências
 
PANAMA Canal Authority. A history of the Panama Canal. Disponível em: <http://www.pancanal.com/eng/history/history/index.html>. Acesso em: 29 abr. 2011.

Integrantes: Barbara Ellynes Zucchi Nobre Silva, Bruna de Fátima Brito Ferreira e Júlia Silva Salgado

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